SÍNTESE GRAMATICAL
DO NHEENGATU
1. GÊNERO.
Os termos apigawa (macho) e kunhã (fêmea) são utilizados para
indicar o gênero. Ex.: tapiira kunhã – vaca; yawara apigawa – cachorro.
2. NÚMERO. É
marcado pelo sufixo – itá quanto não tiver outro termo que designe número.
3. MODO INDICATIVO. A
conjugação no presente do indicativo serve como paradigma. Os tempos variam com
o acréscimo de partículas: ã, ana (pretérito), kuri (futuro).
4. MODO IMPERATIVO.
Suas formas são tomadas do modo indicativo. Ex.: Resu – vá tu! Pesu – ide
vós. Na forma negativa utiliza-se a partícula té.
5. VOZ CAUSATIVA – O
prefixo MU- é utilizado com os verbos
para expressar a voz causativa. Esta é “aquela em que alguém causa uma ação ou
um processo, mas não os realiza” (NAVARRO, 2011). Semu – sair; musemu –
fazer sair.
6. OS PROFIXOS –SAWA e –SARA: Eles
transformam verbos e adjetivos em substantivos. Ex.: suri – alegre, surisawa –
alegria. –Sara é utilizado para designar “hábito”, “profissão”.
7. O SUFIXO – IMA:
Ele significa “sem” e correspondente ao sufixo português des-. Ex.: sepiasu
– caro; sepiasuíma – barato.
8. O PRONOME REFLEXIVO –YU:
Yu é um pronome reflexivo usado através de mesóclise (entre o morfema
número-pessoal e o verbo). Ele dá sentido reflexivo ou recíproco ao verbo. Ex.:
uyumaã – se vê (vê a si mesmo) ou se
vêem (vêem um ao outro). É utilizado também para formar a voz passiva.
9. ORAÇÕES SUBORDINADAS TEMPORAIS. As
posposições riré, renundé (senundé) e
pukasawa são utilizadas para formar
as orações subordinadas temporais. Ex.: Ukíri
renundé ... – Antes de dormir...
10.
A
INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. O pronome aintá (ou tá) é usado
para indicar a indeterminação do sujeito.
11.
MODO
CONDICIONAL FRUSTRATIVO. Este modo corresponde ao futuro
do pretérito do pretérito e se faz com a expressão arama yepé com o sentido de ação que era para ser realizada, mas
não se realizou.
12.
VERBOS
DE SEGUNDA CLASSE. Há alguns adjetivos que são
empregados como verbos, por isso não recebem desinência número-pessoal, recebem
na conjugação os pronomes pessoas de segunda classe. Ex: Se kérpi – eu sonho. Estão nesse grupo também aqueles que recebem
prefixo de relação. São verbos dessas classes: Akanhemu (assustar-se), resarai
(esquecer-se), kuema (amanhecer),
tuí (sangrar).
13.
PRONOMES
SUBSTANTIVOS POSSESSIVOS.
Yara é um substantivo
possessivo. Ele substitui um substantivo indicando posse. O significado do
termo é “propriedade, posse, que é de”. Ex.: Nhaã uka se iara. - Aquela
casa é minha (isto é, minha propriedade) (NAVARRO, 2011).
14.
SUBSTANTIVOS
CONTÁVEIS E NÃO-CONTÁVEIS. Os
substantivos se dividem em contáveis e não contáveis.
15.
SUBSTANTIVOS
COLETIVOS. O sufixo –tiwa
é utilizado para formar coletivos e tem o sentido de “abundância, grande número”. Ex.: pakwatiwa – bananal.
16.
COMPARATIVOS
DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS. Para formar o comparativo de
igualdade se usam os termos píri
(mais) ... suí (que). Para o
comparativo de igualdade utilizam-se mayé (assim) ... yawé (como).
17.
O
SUFIXO -WARA. Este sufixo serve para formar substantivos
e adjetivos com o sentido de “o que é de, habitante de , natural de”. Ex.: iwaka: céu – iwakawara: que é do céu.
18.
REDUPLICAÇÃO.
A reduplicação em verbos tem a função de intensificar a ação mostrando
repetição, continuidade. Ex.: Pedro utukatuká ukena. - Pedro
ficou batendo à porta. Pedro bateu à porta repetidamente.
19.
O
SUFIXO –WERA. Este sufixo é empregado para expressar
o sentido de “hábito, freqüência, costume”.
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