quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

PESQUISADORES PURIS PUBLICAM ARTIGO COM DISCUSSÃO E VOCABULÁRIO DA REVITALIZAÇÃO DA LÍNGUA PURI

 

Indicação de leitura:

Os autores são Txâma Xambé Puri, Tutushamum Puri, Xindêda Puri. Segue o resumo: Falada até o século XIX em um território que se estende pelos quatro estados do Sudeste brasileiro, a língua Puri teve, no século XX, seu uso reduzido a poucas palavras que sobreviveram mescladas ao português, na oralidade de alguns indígenas da etnia, e se encontra em processo de retomada pelos Puri no século XXI. O Projeto Txemim Puri (Povo Puri) – grupo de pesquisa, revitalização e ensino da língua Puri, resgate e preservação da história e cultura Puri – é uma iniciativa autônoma de integrantes da etnia que tem promovido o aprendizado e a prática do kwaytikindo, nome dado pelo grupo de pesquisadores Puri à versão revitalizada da língua, desenvolvida pelo projeto – e reúne falantes em estágio de conversação e iniciantes. A origem do projeto vincula-se ao resgate da prática coletiva dos kanaremunde (cantos rituais) em língua Puri, ocorrida no território da Aldeia Maraká’nà, na cidade do Rio de Janeiro. Os kanaremunde, pela importância identitária e espiritual que têm para os Puri, desempenham papel fundamental na retomada linguística do povo, e se têm constituído ao longo do tempo como registros históricos que guardam a memória desse percurso. Os critérios que norteiam a pesquisa, a aprendizagem e o ensino do kwaytikindo no projeto Txemim Puri se baseiam no caráter sociocósmico que as línguas indígenas possuem. O objetivo deste artigo é compartilhar um panorama da retomada linguística Puri, pontuando aspectos históricos e culturais envolvidos no processo, sua relação com o direcionamento que o trabalho de revitalização desenvolvido pelo Txemim Puri assume, e apresentar o Vocabulário Kwaytikindo: Língua Puri 2° edição – material pioneiro de autoria Puri no tocante à revitalização da língua deste povo. A ação do projeto Txemim Puri caracteriza-se como uma política linguística de resistência frente ao processo colonialista (ainda em curso) de subordinação das línguas indígenas.

Acesse o artigo:

https://periodicos.unifap.br/index.php/linguasindigenas/article/view/6311/pdf

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