Indicação de leitura:
Os autores são Txâma Xambé Puri, Tutushamum Puri, Xindêda Puri. Segue
o resumo: Falada até o século XIX em
um território que se estende pelos quatro estados do Sudeste brasileiro, a
língua Puri teve, no século XX, seu uso reduzido a poucas palavras que
sobreviveram mescladas ao português, na oralidade de alguns indígenas da etnia,
e se encontra em processo de retomada pelos Puri no século XXI. O Projeto
Txemim Puri (Povo Puri) – grupo de pesquisa, revitalização e ensino da língua
Puri, resgate e preservação da história e cultura Puri – é uma iniciativa
autônoma de integrantes da etnia que tem promovido o aprendizado e a prática do
kwaytikindo, nome dado pelo grupo de pesquisadores Puri à versão revitalizada
da língua, desenvolvida pelo projeto – e reúne falantes em estágio de
conversação e iniciantes. A origem do projeto vincula-se ao resgate da prática
coletiva dos kanaremunde (cantos rituais) em língua Puri, ocorrida no
território da Aldeia Maraká’nà, na cidade do Rio de Janeiro. Os kanaremunde,
pela importância identitária e espiritual que têm para os Puri, desempenham
papel fundamental na retomada linguística do povo, e se têm constituído ao
longo do tempo como registros históricos que guardam a memória desse percurso.
Os critérios que norteiam a pesquisa, a aprendizagem e o ensino do kwaytikindo
no projeto Txemim Puri se baseiam no caráter sociocósmico que as línguas
indígenas possuem. O objetivo deste artigo é compartilhar um panorama da
retomada linguística Puri, pontuando aspectos históricos e culturais envolvidos
no processo, sua relação com o direcionamento que o trabalho de revitalização
desenvolvido pelo Txemim Puri assume, e apresentar o Vocabulário Kwaytikindo:
Língua Puri 2° edição – material pioneiro de autoria Puri no tocante à
revitalização da língua deste povo. A ação do projeto Txemim Puri
caracteriza-se como uma política linguística de resistência frente ao processo
colonialista (ainda em curso) de subordinação das línguas indígenas.
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o artigo:
https://periodicos.unifap.br/index.php/linguasindigenas/article/view/6311/pdf